Como afirmar uma personalidade, diante das diversas situações pelas quais passamos diariamente? Não é fácil ser coerente com o que acreditamos e com as pressões e modismos do mundo. Mais difícil ainda é seguir em frente confiando em si mesmo, enquanto tantos nos puxam para trás e torcem pela nossa derrota. O poema que segue nada mais é que um grito de liberdade. Saiu da alma, meio sem métrica e forma definida. Nostálgico, busca um resgate da minha essência diante de todos os meus conflitos. É uma pausa, um desabafo. Mais uma conversa comigo mesma. Sujeita a futuras modificações...
Soneto estrambótico*
Me deixa ser que eu sou só começo
e sei que me esqueço do que não completa.
Eu nem sou poeta, às vezes me arrisco
Soltando alguns versos ariscos, dispersos.
Me deixa ser que eu sou só confusão.
Não tenho compasso nem filosofia.
Vivo um sentimento a cada momento
O dia, o espaço, o meu tempo eu faço
Sou caligrafia e pele e contato
A melancolia de um porta-retrato
Sou tudo o que sei e o que vou conhecer
Sou janela aberta, o vento que dança,
A música certa na voz da criança
Não tente entender, só me deixa ser
Me deixa ser um estranho apenas
que só sabe amar essas coisas pequenas.
Não vá rotulando essa liberdade
Que amar sem apego é a minha verdade.
Composto em 12/11/2010 por Fernanda Dearo
A primeira pessoa que leu isto foi Tokinho, grande amigo e músico. Pedi a ele então que colocasse uma melodia para a gente ver no que dava. E ficou ótimo! Artista é assim, quer que sua arte seja completa, e poesia e música se completam. Grata, Tokinho! Pelo tempo, disposição e inspiração!
*Estrambótico é o soneto que foge da forma original por conter versos excedentes.
**Acessem também: www.apoesiaconcertante.blogspot.com
perfeito! Amei!
ReplyDeleteadorei o texto, assim como os outros ai abaixo, e é bom saber que voltou, e não se á, fique entre nós ok?
ReplyDeletebhsss
Muito lindo o seu texto *-*
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